terça-feira, 11 de janeiro de 2011

funcionários públicos

Conforme anunciado, visitámos ontem algumas escolas e colégios do vale do Ave. Com ou sem o acompanhamento da comunicação social, o objectivo primeiro destas visitas será sempre o de melhorar o conhecimento da realidade no terreno, o contacto directo com as pessoas envolvidas.

E neste aspecto, não posso deixar de aqui partilhar convosco o momento mais impressionante de toda a visita. Na "Escola da Ponte" a visita iniciou-se com um anfitrião do 3º ano (8 anos) a fazer as "honras da casa", explicando-nos com assinalável clareza o modelo de ensino alternativo que, por iniciativa do Prof. José Pacheco, ali vem sendo desenvolvido desde os anos 70. Ensinar e aprender conjugam-se com Liberdade. E as "cabeças iluminadas" do nosso Ministério da Educação ganhavam em compreender uma coisa tão simples como esta: Portugal precisa de liberdade de ensino, precisa que outras "Escolas da Ponte" possam nascer e que os pais e alunos portugueses as possam efectivamente escolher. Não se pode compreender que volta e meia, como em 2003, se tente asfixiar uma "escola dos sonhos" como aquela, ou que se deixem as salas (pré-fabricadas) de "aprofundamento" chegar ao estado de degradação que pudemos ver.

Mas o momento mais inesquecível foi aquele em que uma professora beijava carinhosamente a cabeça de um aluno com deficiência mental - integrado num grupo de alunos "normais", já que ali se pratica há muito o "ensino inclusivo". Foi a melhor resposta que jamais pude imaginar ao anunciado corte de 10% dos salários da função pública - ver ali mantidos nos mesmos 100%, independentemente do que se diz, a dedicação e alegria no trabalho, a par do amor ao próximo, em plena função pública. Bravo, bravíssimo. Grande lição, senhora Professora.