quinta-feira, 30 de setembro de 2010

os mineiros chilenos e a Vida

por Luís Botelho Ribeiro

É por minha culpa, por minha grande culpa que o mesmo mundo que, desde o início de Agosto, acompanha com ansiedade a evolução das operações de salvamento da Vida Humana de 33 mineiros chilenos, prossegue indiferente ao abortamento da Vida Humana de 40 a 50 milhões de bebés concebidos em cada ano.

Cada dia que a perfuradora encrava ou retoma a sua actividade... as famílias sobressaltam-se ou recobram esperança. As redacções agitam-se, as televisões fazem directos e o cidadão comum vai seguindo o drama transformado numa novela que cada vez mais, felizmente, se desenha com final feliz para aqueles 33 seres humanos como nós, embora escondidos do nosso olhar directo, lá na sua mina a 700 metros de profundidade . No entanto, durante a mesmíssima paragem da máquina, há outros 120.000 seres humanos como nós que ninguém quer salvar lá do interior da sua pequena "mina".

- Porque razão se nos prende o olhar à televisão quando o telejornal nos mostra imagens daquela mina.. e nos afastamos quando nos mostram a vida humana intra-uterina que estamos a matar?
- Por que razão nos solidarizamos com os mineiros chilenos, mais ou menos jovens, e recusamos abrir o nosso coração a sentimentos de solidariedade para com os mais jovens dos portugueses?
- Por que razão, se preciso fosse, nos quotizaríamos para acelerar aquela perfuradora e antecipar a libertação dos mineiros... mas votámos conscientemente(?) no sentido de que uma parte das nossas quotizações ao estado seja usada para fazer com que 20.000 bebés portugueses jamais vejam a luz do dia?

Por isso reconheço que só pode ser "por minha, por nossa grande culpa", de todos os que nos dizemos pela Vida, que a nossa convicção não é proclamada mais alto à sociedade portuguesa. Só pelo nosso silêncio e passividade ainda se não tornou evidente para todos os portugueses que... se temos um coração humano que também bate pelos outros, temos de afirmar sempre e em qualquer lugar, oportuna e inoportunamente, que nenhum homem tem o direito de parar um coração humano!

A dignidade da Vida Humana não tem prazo de validade inicial ou final. E só quando a respeitarmos nos outros podemos esperar Justiça também para nós. Até lá, a luta continua e continuará sempre, sem medo nem cansaço. A próxima batalha está aí - vamos às presidenciais.

Está escrito que o presidente garante a constituição e também que a constituição garante a inviolabilidade da vida humana. Letra morta que temos hoje a possibilidade de transformar em letra viva! Tal é o compromisso que assumo consigo e em nome do qual peço que nos ajude a reunir 7500 declarações de apoio devidamente assinadas: que o estado português se oriente para a Vida, para a Família, para a Justiça, assumindo de forma consequente, no espírito, na letra e na prática, os valores da solidariedade cristã que, desde a fundação em Guimarães, sempre nos nortearam.

Guimarães, 30 de Setembro de 2010

NB - vd. notícia no jornal «público» de hoje, 30.09.2010, na pág. 14

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

À atenção de Manuel Alegre

Chegou-nos à caixa de correio uma mensagem de teor muito grave, com remetente identificado e que estará a circular pela internet. Essa mensagem contém o testemunho de antigos militares portugueses na Base Aérea BA7 de São Jacinto - Aveiro, afirmando ter ouvido na rádio «Voz de Argel», no ano de 1968, o regozijo de Manuel Alegre com a morte acidental de dois aviadores portugueses do AB3 Negage - Angola (Lamy e Lopes), atribuindo-a mesmo - embora erroneamente - à acção inimiga.

A ser verdade, Manuel Alegre não reuniria as condições morais mínimas para aspirar a tornar-se Presidente de Portugal, tornando-se assim o chefe supremo das forças armadas, depois de anteriormente ter manifestado regozijo por baixas inflingidas a essas mesmas forças.

A não ser verdade, em parte ou no todo, impõe-se que Manuel Alegre - usando o espaço de antena que os media do actual regime, ao contrário de que fazem a outros, não lhe regateiam - faça de imediato um desmentido que também aqui publicaremos para público esclarecimento da verdade.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

carta aos cristãos

A cultura e os Valores identitários fundamentais do povo português enquadram-se no que habitualmente se designa como a civilização de matriz cristã. Na Europa e, muito particularmente, em Portugal esta realidade tem sofrido um ataque cerrado e tende a ficar tão menosprezada no discurso oficial, quanto arredada da acção governativa e da política em geral.

Perante o ambiente hostil, muitos cristãos se viram tentados a limitar a sua prática religiosa ao domínio da intimidade familiar ou comunitária, abstendo-se de afirmar e defender os seus valores no debate concreto das opções sociais e políticas do nosso país. O resultado está à vista de todos e não é animador. Num momento em que qualquer minoria activa consegue fazer avançar as suas causas, a enorme massa adormecida dos cristãos vai-se conformando com o mundo e assistindo em silêncio ao avanço sem oposição da “mentalidade mundana”, da “cultura de morte”.

Podem os cristãos tornar-se os últimos na generosidade e na entrega ao seu ideal? Não sentiremos todos uma ponta de vergonha quando vemos tantos pequenos grupos mobilizados na rua ou no ciber-espaço em defesa dos direitos do lince ibérico, dos ovos de águia Bonelli, dos ninhos de cegonha, dos touros, das águas bravas do rio Sabor, das gravuras de Foz Coa... e nós que, com Cristo, chamamos Pai a Deus, não somos capazes de sair do sofá para reconhecer como nossos irmãos os mais de 50.000 bebés já abortados “legalmente” pelo estado português com o dinheiro dos nossos impostos?

Há agnósticos e ateus que dedicam o seu tempo a afirmar direitos sem dúvida respeitáveis e nobres, e nós, cristãos, não nos damos sequer ao trabalho de afirmar o mais nobre e fundamental de todos esses - o direito à vida?

Como cristãos, sabemos que a dDignidade da Vida Humana não pode depender da idade do embrião, feto, criança ou adulto que se considere. E se tomamos Cristo como nosso Senhor – e Senhor da Vida - não podemos ficar calados diante dos senhores terrenos que nos vão impondo um modelo de sociedade onde a Vida humana é considerada descartável, onde há vidas de primeira e de segunda e onde o consumo e a dinâmica económica se sobrepõem aos Valores inegociáveis do cidadão-cristão.

Como verificámos nos últimos anos, o Presidente da República constitui uma instância democrática que poderia exigir dos políticos uma reflexão séria antes de dar certos e perigosos passos. Mas também pode, como infelizmente sucedeu, colaborar na destruição da família, deixando passar o aborto, o divórcio simplex, o casamento homossexual, o “apadrinhamento civil” ou a “educação sexual obrigatória (e ideologicamente sectária)” sem suscitar sequer a verificação de constitucionalidade.

Atento a isto, o movimento Portugal pro Vida decidiu assumir as suas responsabilidades lançando uma candidatura presidencial e, desta forma, reivindicando uma voz activa na defesa dos nossos Valores. Pela minha parte, aceitei dar a cara por uma candidatura de inconformismo e alternativa pro-Vida, a qual, porém, só será uma realidade se, em Liberdade e em consciência, nos ajudardes a reunir as 7.500 assinaturas necessárias. Bastará para tal imprimir e devolver preenchida a declaração de apoio acessível em http://portugalprovida.blogspot.com e http://luisbotelho2011.blogspot.com/.

Conto com a vossa Oração mas igualmente com a vossa Acção comunitária para, juntos, erguermos bem alto – também no terreno do debate cívico e político – o estandarte da Vida.

Saudações fraternas,

Luís Botelho Ribeiro

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

presidenciais

Muitas pessoas nos têm colocado dúvidas e questões sobre a organização do processo de candidatura, prazos de envio das assinaturas, etc.

Aqui fica o apontador para um artigo de apoio à candidatura do Dr. Fernando Nobre (pessoa que muito respeitamos, mau grado as posições divergentes em matéria de "aborto" e outras). Na secção «Candidatura, Assinaturas, Prazos e Proponentes» poderão ser encontradas muitas informações úteis também para nós. Claro que um «político profissional» jamais daria publicidade - como aqui acabamos por fazer - a um potencial adversário. Mas também não sou nem quero ser um "político profissional"... :-)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ironia socrática... ou puro cinismo?

A propósito da inauguração de uma creche, que se saúda, não podiam ser mais enganadoras as declarações do primeiro-ministro que liberalizou o aborto, banalizou o divórcio, reconheceu as "famílias" homossexuais (por natureza estéreis) e "apadrinhou" a adopção de crianças por parelhas homossexuais.

José Sócrates diz que Quer incentivar a natalidade
... mas foi sob o seu governo que pela primeira vez tivemos menos de 100.000 nascimentos ano e o número de óbitos ultrapassou o de nascimentos

José Sócrates diz que quer um «Estado Social moderno»
... mas o seu ataque permanente à Família e à dignidade da Vida dá um contributo decisivo para o agravamento do Inverno Demográfico que põe em causa, precisamente, o Estado Social

José Sócrates e o PS dizem querer criar condições para que «as jovens famílias tenham os filhos que desejam ter»
... mas sabem que, além da crise económica e de valores, mais do que a falta de creches o que desmotiva a fecundidade das jovens famílias portuguesas é a insegurança no emprego e nas ruas, agravada pela cobertura da política a pedófilos com imunidade parlamentar e direito(?) a indemnização do Estado