quarta-feira, 7 de julho de 2010

golden shares

Não me recordo de ter alguma vez sancionado com o meu voto a transferência da soberania portuguesa para Bruxelas. Sempre que se pôs a questão de referendar a "constituição europeia" ou o tratado de Lisboa, ficou patente o receio de que eu e outros como eu chumbássemos a diluição de Portugal, recusando-nos a sobrepor a soberania europeia à portuguesa - que no fundo, porventura, é disso que se trata quando falamos em "interesses estratégicos nacionais" e acções douradas ou "Golden Shares".

Outros estados europeus usarão instrumentos mais sofisticados e menos "tribunalizaveis" do que estas "acções douradas" (falemos português, pois claro!) para defender os seus interesses estratégicos. Mas, na verdade, os governantes desses países (ou da comissão europeia) bem podem clamar que não acreditam nas bruxas... das suas «Golden Shares»...
... mas que as há, há!


Mudando o assunto - ou talvez não - porque não uma "golden share" do estado português sobre o nosso mar? Porque não exigir de volta a plena soberania sobre a nossa "Zona Económica Exclusiva" em fase - espera-se - de alargamento? Também aí, não me recordo de em algum momento ter sancionado com o meu voto a "entrega" do mar português - ó mar salgado! A que título se entregaram a Bruxelas os direitos de pesca no nosso mar, outrora exclusivos nossos? Quem assinou essa capitulação? Com que direito? Em quem devemos deixar de votar se o quisermos penalizar politicamente?...